Julgamentos
Sinta o balanço da vida nesse arame sob os arranha céus,
a noite não tem estrelas, só uma garoa bem fina,
não tenho paciência para ouvir lamentos,
eu lhe dou segundos para entreter-me,
sem julgamentos sobre meus atos,
sem julgamentos sobre meus sentimentos,
eu sou muito mais do que você imagina,
já escalei montanhas tão altas desconhecidas por você,
todos os dias são de sobrevivência em um mar de solidão,
todos os dias são de superação em um ringue de conflitos,
então não me julgue por seu tolo catecismo,
não me julgue por sua ingênua moralidade,
não me julgue em um tribunal da inquisição moderna,
não queimarei em fogueiras de vaidades alheias,
não serei açoitado em pelourinhos de cegueiras vãs,
não serei enquadrado em regras de legislações ultrapassadas,
jamais corrompi meu ser com idiossincrasias,
jamais me deixei pender sob jardins de gramas de cristal,
eu subi os degraus da minha imaginação e voei,
eu tracei meu próprio destino sem manuais de como fazer,
eu não orei na capela onde estão aprisionados os desejos,
eu não fingi sorrisos falsos para tristezas verdadeiras,
não me julgue por suas decepções ao longo da jornada,
não me julgue pelas expectativas que colocastes em meus ombros,
não me julgue pela sua impossibilidade de me aceitar como sou,
não me julgue por ser seu amigo quando todos estavam entretidos...