PODEROSOS INFELIZES!
Cruzar com as pálpebras dos olhos,
Pupilas sondantes ao redor,
Às travessias d'um poder...
Poder de retornar o cálice as mãos,
Estas mãos que devastam as florestas,
São as mesmas que tocam em teu rosto
Com os olhos nas palmas!
Palmeiras que cortam o facão,
Onde a mãe natureza vive
A esperança implora pela paz,
Como um verde sinal!
Que acesso se apaga,
Ao marca-passos do homem
Com pungir de armas nas mãos...
A clarear tantos poços,
Esquecidos de sangue!
Madeira crivada em madeira,
Quantas vidas mais...
Uma, duas, dúzias,
Milhões talvez!
Ou quantas vozes
Ainda hão de se calar...
Como as pedras das montanhas,
Que aos abismos ainda hão de rolar!
Mar-1981
Autor: Valter Pio dos Santos