ESPELHO MÁGICO

Águas paradas, profundas águas.
Que encerram em seu seio profundos segredos,
Insondáveis avisos de um mundo oculto,
Aos olhos físicos, os olhos cegos.
Descobre tudo quem só enxerga, com o Terceiro Olho,
Aquele que se aloja em sua testa, em sua alma.
Um olho-luz, iridescente, que tudo vê.
Que vê ao fundo, tal como lança,
Que se crava bem fundo d’alma do frágil seixo.


Águas paradas, profundas águas.
Que só refletem os seus segredos,
A quem conhecem os seus desígnios,
E os aceita de coração.
A quem aceita mexer no lodo,
Sem ver cheiro, sem ver sua cor,
Mas traz na alma o belo lírio,
A flor de Lótus, cuja pureza é pérola-leite, tão nacarada,
Que só emerge da simples concha do coração.


Águas paradas, profundas águas.
Que ao seu leito acolhe o pescador,
Que do seu seio retira o pão,
Mas sempre sendo visgo de almas, que em sua linha vão se batendo,
Até saberem por sobre as águas,andar fagueiras sem afundar,
E não são barcos, qual baleeiros, que tiram vidas sem perceberem,
Que um ainda ou foram água, ou para as águas irão voltar.

Estrela Radiante

"imagem do Google"
Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 28/05/2012
Reeditado em 17/06/2013
Código do texto: T3692432
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