PELA ESTRADA DO SOL

Viajei pela estrada do sol

Caminhos dourados de amor

Ainda restavam os pinguinhos molhados e brilhantes

Do orvalho de instantes da manhã fresquinha

Teu rosto eu via nascia dos raios bordados

Que levavam pro alto o vapor das bolhinhas

Que se evaporavam no éter e sumiam no ar

Como gomos de laranjas espocavam no dente

Sem rastros deixar só a lembrança ficava por dentro da gente...

Correndo ia eu pela estrada do sol

E quando de repente eu via ao longe a casinha vermelha

Na rua estreitinha uma brecha uma fenda surgia

Sentava na beira do rio pra ver uma flor que no céu se abria

Pra ver teu rosto de pele de pêssego amarelo encarnado

Tão doce e macio de enxergar me fazia um bem danado

Era o sol que se apagava na estrada crepuscular...

Deixando outros pingos ornados

Eram as miríades de estrelas que ele havia levado

E evaporado das bolhinhas d’água

Que pedira emprestado do orvalho

E pra não deixar um rastro sua mácula

Agora as devolvia espalhadas e pintadas

Esfurancando o imenso queijo negro da noite

Os pontinhos brilhantes como azuis diamantes

Lapidados pela imensidão de sua janela da imaginação

Além da minha percepção e capacidade lógica de pensar

Que nada é aparente diante da lei cósmica...

Tudo é real dentro daquilo que eu havia para sempre sonhado

O teu rosto estará sempre dentro de mim guardado

Como a estrada do sol...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 25/05/2012
Código do texto: T3688032
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