O Teatro
Sentada, à espera de alguma coisa, assistindo ao teatro da vida, uma pergunta surgiu:
“Por que, como e para que tudo existe?”.
A resposta ressoou com um pouco de paz e, ao mesmo tempo, de vazio:
“Porque alguém quis fazer, da forma como pretendeu, com a finalidade pura e simples de desfrutar, tudo o que há”.
Então, os carros passando, as pessoas transitando, os sentimentos e as finalidades ganharam uma leitura pessoal:
“Tudo não passa de uma brincadeira. Para que, portanto, sermos forçados a cair na realidade e experimentarmos o lado mais frio, se tudo tem a finalidade, pura e simples, de satisfazer caprichos?”.
E as culpas diminuíram...
Os medos desapareceram...
A rigidez deu lugar ao riso...
A leveza chegou!
Quem armou tudo isso é o maior brincalhão que existe! O mundo é seu parque de diversões e nós, marionetes.
Os mundos são cenários de um único dono e as atuações em cartaz são para Ele, sozinho, assistir. Nada é nosso. Nem nós mesmos.
Sem utilidade, a vida ganhou vida...
As dores cessaram...
As prisões se diluíram...
E uma única responsabilidade passou a reinar: servir e aceitar.