Extraviada
O que fica?
De novo a idéia de cais?
Eu fixa, eu fico, eu fixo
O resto é só passagem
Leva e trás, deixa e multiplica
Arranca e subtrai.
Arranha.
Marca.
Vai embora.
Me deixa pequenos detalhes
E às vezes me leva demais.
Só vê ao longe e aprecia
Ou chega perto e fica
Pára e fica, averigua, se demora.
Movimento.
Sempre.
Mesmo quando paro em mim mesma
Cego, me recuso até quando entrego.
Vagas preenchidas... sensações vazias.
Euforia.
Intensidade.
A quase dor, que é o prazer.
Insanidade.
Saudades...
Na verdade eu descobri
Que eu nunca fico.
Que quando estou não sou.
Mas quando sou me encontro e guio.
Me desvio. Me perco pra adorar me encontrar.
Me dou. Me doou. Me cobro.
Relaxo...
Esqueço e me entrego ao acaso.
Invoco.
Invento e maleficamente ocasiono.
Depois ignoro
Para minha própria amnésia provocar.
Estou... e só tenho o céu,
O mar, o sol e alguns olhares.
Nem a mim pertenço.
Sou do vento.
Do relento.
Apenas um sopro da boca do amor.
Ou quem sabe a quase brisa do suspiro de quem ama.