Extraviada

O que fica?

De novo a idéia de cais?

Eu fixa, eu fico, eu fixo

O resto é só passagem

Leva e trás, deixa e multiplica

Arranca e subtrai.

Arranha.

Marca.

Vai embora.

Me deixa pequenos detalhes

E às vezes me leva demais.

Só vê ao longe e aprecia

Ou chega perto e fica

Pára e fica, averigua, se demora.

Movimento.

Sempre.

Mesmo quando paro em mim mesma

Cego, me recuso até quando entrego.

Vagas preenchidas... sensações vazias.

Euforia.

Intensidade.

A quase dor, que é o prazer.

Insanidade.

Saudades...

Na verdade eu descobri

Que eu nunca fico.

Que quando estou não sou.

Mas quando sou me encontro e guio.

Me desvio. Me perco pra adorar me encontrar.

Me dou. Me doou. Me cobro.

Relaxo...

Esqueço e me entrego ao acaso.

Invoco.

Invento e maleficamente ocasiono.

Depois ignoro

Para minha própria amnésia provocar.

Estou... e só tenho o céu,

O mar, o sol e alguns olhares.

Nem a mim pertenço.

Sou do vento.

Do relento.

Apenas um sopro da boca do amor.

Ou quem sabe a quase brisa do suspiro de quem ama.

Jessik Andrade
Enviado por Jessik Andrade em 23/05/2012
Reeditado em 24/05/2012
Código do texto: T3684752
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.