VESTIDA DE MIM

Vesti-me de mim

e fui me encontrar com passos insólitos.

Na bolsa, histórias nunca antes escritas

embora já lidas pela imaginação.

Corria, ofegante, passos imóveis

e desenhava, entre rastros e rostos,

trajetórias perfeitas.

O fogo, lá fora, queimava o passado

mal-passado por mulheres de mãos inábeis.

Vesti-me de mim

fui me encontrar e me achei despida.

Pus-me a correr, corri até morrer,

morri a me esperar, esperando me encontrar

despida de mim.

Flávia Martin
Enviado por Flávia Martin em 03/02/2007
Código do texto: T368337