O INFINITO DE MINH'ALMA

Os humores do mundo permeiam, enchem minh’alma,

Não consigo viver aquém do burburinho mundano,

Muito menos além, estou no meio dessa loucura humana!

Estou encharcado das idiotices, das maldades, das ignorâncias

Mas, também, da bondade, dos valores humanos dignos!

Sinto o peso de todas as construções e descontrações humanas,

As maravilhas da Inteligência humana me refrigeram a alma:

A ciência, a arte, a tecnologia, a medicina, a minha amada poesia,...

Já, as tragédias provocadas pelo ser humano pesam-me toneladas!

Mas, que tenho eu a ver com tudo isso? Como disse não sou neutro!

Minha sensibilidade sofre os sofrimentos humanos do mundo todo,

Minha percepção capta boas e más intenções de todos no mundo todo

Carrego o fardo da humanidade em meus ombros – os leves e os pesados!

Minh’alma já era globalizada muito antes da globalização mundial!

Acho que já nasci com uma ante que capta as revoluções da alma humana

Em qualquer parte da Terra, tanto para o Bem, quanto para o Mal:

A dor dos refugiados; dos discriminados da fé, da cor, do status social,...

Dos que amam e não são amados, dos que seguem o caminho errado,...

Dos que passam fome, dos sem lar, dos loucos e de todos os doentes,...

No mundo infinito de minh’alma estão os sucessos da humanidade:

As pessoas felizes, que escolheram o caminho certo, as famílias felizes,

O sorrido dos sonhos realizados, as crianças, a firmeza dos fortes,

Os bem amados, os que vivem na segurança de seus lares, não sofrem

Nem frio nem fome, dos que adquiriram conhecimentos com estudos,...

Pode-se ver pela janela de minh’alma a natureza bela: as flores, os rios,

As cachoeiras, as árvores, os animais, as pedras, o mar, a chuva, o sereno da madrugada, as pedras preciosas, o ouro (quanta história tem o ouro...),

A neve, os vulcões em erupção , que nunca vi, são vistos em minh’alma,

As estrelas do céu, a luz do Sol, o azul do céu (que não e céu nem é azul),...

O Mundo entrou em minh’alma pelos meus poros, pelos meus olhos, Pelos ouvidos, pelo nariz, pela boca, as mãos, nasci aberto para o Mundo

Não aprendi a fechar a porta, as janelas de minh’alma nem ao mendigo

Nem ao poderoso! Dizem que sou ingênuo! Quem tem a verdade?

Também não sou insensível nem ao que sofre nem ao que é feliz,

Seja por amor seja paixão ou do corpo dor ou prazer, satisfação,...

Dizem: por isso sou assim meio louco! Por acaso o Mundo é normal?

As pessoas “sãs”... cuidado... os loucos como eu somos inofensivos! Somos loucos por excesso de sentimentos, emoção, autenticidade,...

Convenhamos... por um tanto de... fujo ao normal dos homens,...seja...

Os políticos corruptos, os magistrados desonestos, muita “gente boa”...

São tidos como normais, mais que isso como modelos, tipos a seguir...

A sociedade valoriza aparências, minh’alma sacia-se da essência da Vida!

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 20/05/2012
Código do texto: T3678189
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