VÁCUO DE ESTRELAS
Juliana Valis




Um sonho se fragmenta

Entre os sentimentos da noite

E, assim, parte-me, lenta

Rumo à letra que açoite

Esse invólucro de tempestade



Sim, deixe a chama que invade

O coração transbordar neste grito

Deixe a noite guiar o ápice da aurora

Até o sublime e mais infinito

Átimo entre o descompasso e a hora




Já não me importa a matemática que cabe em tudo,

Se eu não posso calcular a raiz quadrada do mundo

Elevada ao logaritmo da angústia na base do verso mudo,

De que me servirão integrais do precipício profundo ?




Somente me serve a paz multiplicada em voz.,

Subtraída a chama da cor que já coube em mim,

E no diâmetro do fim, soma-se a emoção que nós

Dividirmos entre as estrelas e o infinito, assim,

Como grito ecoando, insistentemente, no espaço atroz...





E se minha voz se perder entre os cometas,

Não cometas, afoitamente, o mesmo erro que eu,

Não ouses escrever entre estrelas e  vis planetas

O verso sobre o vácuo que nos sucedeu.