Extrema-unção.
É triste, o som do vento
Um choro intenso se escuta a ampliar-se
Ao longe abismo, ecoa aos céus
Poente de dor e de saudade.
Eco do meu próprio ser
Num canto lírico que do meu seio se desgarra
A doce oferta a qual amei e amo tanto, tanto
Tinha minh'alma, imersa em acordes.
O dom fenece torturado, na dor profunda a saudade
Piano triste... sob meus dedos repousam meus versos, languidez sinistra
Na imensa noite, um mundo infortúnio, muitos dormem... e eu e os poetas mortos?
Numa mudez exangue, nenhum gesto, imóvel... uma voz a recordar-me: Quantas almas não consolas? Por que é que se calais?
Um suspiro imorredouro, recobrou minha memória
E hoje, pálida, entoei àquele que não (me) tem amor
Tocata de amor, diluiu todo meu ser e em teu ser se espalhou
Encanto Supremo, beleza eterna, inspiração... arte, música, poesia, AMOR
Morra quem sou e Viva em mim.