Teias

Soltos dos laços de lã,

voam poemas sem lapsos.

Recomeços sem tropeços

não douram palavras.

Soltos dos laços de lã,

voam poemas sem lapsos.

Na fúria dos ventos soprados,

longe passam dos fios das horas,

nas teias embaraçadas.

Agulhas costuram versos,

bordam os lenços das moças;

traçam caminhos de pedras

no azul dos olhos das aves.

Desfolham-se no vazio

árvores concretas e abstratas.

Divindades não revelam segredos

dos filhos regenerados.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 09/05/2012
Código do texto: T3658358
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