Teias
Soltos dos laços de lã,
voam poemas sem lapsos.
Recomeços sem tropeços
não douram palavras.
Soltos dos laços de lã,
voam poemas sem lapsos.
Na fúria dos ventos soprados,
longe passam dos fios das horas,
nas teias embaraçadas.
Agulhas costuram versos,
bordam os lenços das moças;
traçam caminhos de pedras
no azul dos olhos das aves.
Desfolham-se no vazio
árvores concretas e abstratas.
Divindades não revelam segredos
dos filhos regenerados.