SEM RIMA 82.- ... ela, só ela ...
Ela, só ela...
Foi então que lhe nasceu uma ideia, redonda,
concreta, e dela, da ideia, surgiu, também redonda,
uma sensação quente... ou talvez morna,
navegante, como humilde dorna,
por mares dantes navegados,
mas negados,
oficialmente negados, como corresponde
ao tempo atual, ao território onde
tudo anda fingido,
marcado e iludido...
E da sensação, não percamos o fio,
brotou um como desejo fugidio
e pungente,
tristemente
ou talvez cheio de alegria:
será o dia a dia
que ela, só ela, amante,
ficará no Amor constante.
(Este poema, a transbordar rípios ou cunhas, teria de intitular-se "com rima". Porém, como a exceção confirma a regra e mesmo a firma, incluo-o entre os mais, sem rima, para evidenciar a verdade da série.)