Instrumentos sobre Vivência.
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Eu voo pra longe
onde o vento entende a face,
onde a vida é feita a sopros,
onde o homem é da ilha o coração.
Certo e certa que não nascerei de novo
vivo o minuto presente e ausente
como a última flor arrancada
de meu espírito humano.
Serei incapaz de fazer de mim
e de outros novos milagres terrenos.
Mas a utopia, a mágica, a beleza
e a peleja de ser do mundo um filho,
uma filha,
um símbolo
e um abismo de incertezas,
faz da minha humanidade
a resposta eternizada à insistência de
prosseguir vivo, viva, na milagreira
sorte e vez da existência.
Por isso já não me podem ferir, atacar, matar
os abutres que vivem a resmungar conhecimentos
de outro mundo.
Dentro de mim o vasto e a fronteira,
o instante e a velocidade de minhas asas: pensamento.
No conhecimento os homens se perdem de tanto progredir.
Na sabedoria os homens se encontram,
repartem o pão e se creem cada vez mais plenos
de sua autêntica natureza.
Patrícia Porto