Instrumentos sobre Vivência.

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Eu voo pra longe

onde o vento entende a face,

onde a vida é feita a sopros,

onde o homem é da ilha o coração.

Certo e certa que não nascerei de novo

vivo o minuto presente e ausente

como a última flor arrancada

de meu espírito humano.

Serei incapaz de fazer de mim

e de outros novos milagres terrenos.

Mas a utopia, a mágica, a beleza

e a peleja de ser do mundo um filho,

uma filha,

um símbolo

e um abismo de incertezas,

faz da minha humanidade

a resposta eternizada à insistência de

prosseguir vivo, viva, na milagreira

sorte e vez da existência.

Por isso já não me podem ferir, atacar, matar

os abutres que vivem a resmungar conhecimentos

de outro mundo.

Dentro de mim o vasto e a fronteira,

o instante e a velocidade de minhas asas: pensamento.

No conhecimento os homens se perdem de tanto progredir.

Na sabedoria os homens se encontram,

repartem o pão e se creem cada vez mais plenos

de sua autêntica natureza.

Patrícia Porto

Patricia_Porto
Enviado por Patricia_Porto em 07/05/2012
Código do texto: T3654995
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