FOLHAS AO VENTO
Eu não corro eu socorro
Eu não morro eu revivo
Eu não me sigo te devolvo o caminho
Não tenho labirinto
Tenho instinto
És pimenta sou cominho
Não busco, espero..
Há flores no meu terno de linho
Coberto de lama porque choveu
No mausoléu do meu ninho
Não te quero trago te num gole
Eu não jogo a sorte me traz
E quando me tira sou-te
Tenho-te queimando em mim
Fogo e lenho sob o som do fole
Sombras e escombros
Não sinto meus ombros
Mais vou sintonizando
“Imagine” na canção de “John Lennon”
Você esta em mim como num outdoor
Pra onde olho te vejo no imenso porta retrato
Não preciso de atalhos estou pleno
Cada vez que te tenho
Repousas nos meus galhos
Cabelos grisalhos são agasalhos
Meu cobertor te dá fugas quiméricas entra neles
Existes em cada um deles entranhas
Estão plantados em teus poros que aspiro
Tua inspiração áspera
Em cada explosão sou teu fã
Uma nova procissão circunda em mim
Vou com as oitavas de Chopin
Ver onde ficam os cotovelos das esquinas
Queria rolar como as folhas mortas
Que parecem viver mais que as verdinhas
Bailam leves com o ar que lhe tiraram
Nas portas vizinhas
Tantos estilhaços pelo vão
E eu estou no meio deles
Como o molho escorrendo pelo macarrão...
Sou um palhaço de nariz vermelho
Fazendo da vida um espelho
Uma ilusão como um pássaro sem asas
Se arrastando pelo chão...