FOLHAS AO VENTO

Eu não corro eu socorro

Eu não morro eu revivo

Eu não me sigo te devolvo o caminho

Não tenho labirinto

Tenho instinto

És pimenta sou cominho

Não busco, espero..

Há flores no meu terno de linho

Coberto de lama porque choveu

No mausoléu do meu ninho

Não te quero trago te num gole

Eu não jogo a sorte me traz

E quando me tira sou-te

Tenho-te queimando em mim

Fogo e lenho sob o som do fole

Sombras e escombros

Não sinto meus ombros

Mais vou sintonizando

“Imagine” na canção de “John Lennon”

Você esta em mim como num outdoor

Pra onde olho te vejo no imenso porta retrato

Não preciso de atalhos estou pleno

Cada vez que te tenho

Repousas nos meus galhos

Cabelos grisalhos são agasalhos

Meu cobertor te dá fugas quiméricas entra neles

Existes em cada um deles entranhas

Estão plantados em teus poros que aspiro

Tua inspiração áspera

Em cada explosão sou teu fã

Uma nova procissão circunda em mim

Vou com as oitavas de Chopin

Ver onde ficam os cotovelos das esquinas

Queria rolar como as folhas mortas

Que parecem viver mais que as verdinhas

Bailam leves com o ar que lhe tiraram

Nas portas vizinhas

Tantos estilhaços pelo vão

E eu estou no meio deles

Como o molho escorrendo pelo macarrão...

Sou um palhaço de nariz vermelho

Fazendo da vida um espelho

Uma ilusão como um pássaro sem asas

Se arrastando pelo chão...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 05/05/2012
Reeditado em 05/05/2012
Código do texto: T3651614