AQUELE DIA



....e como foi ao vento
aquele dia de sorrisos!
Eu não  era a palidez das espigas
e o sumo das folhas esvanecidas...
Convertia cada palavra em água
para saciar minha sede no poço das quimeras.
E levantava-me,
soberba, 
soberana das primaveras!

Escapam-me as luzes,
a escuridão desemboca suas brumas
e meu dia apenas atravessa
saudades, silêncios,
espumas...

Aqui onde o céu é apenas um rumor,
assombra-se a vida
(nos mesmos passos de antes)
para que se compreenda a raiz,
para que se permita a flor.



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