~~ Sinos ~~

O badalo, em sua língua metálica,

anuncia a fúnebre marcha.

Velada foi a poesia, numa sacristia qualquer.

Cremada, renasceu lírica fênix.

A provar, que a poesia não fenece.

Pois, se até as algozes agruras, em suas ocultas espadas;

nos são férreas inspirações.

Como não crer, na imaterialidade impressa nas superfícies?

Se de barro é o João, na pedra se transmuta o peito.

A friccionar, faíscas de emoções perceptivas.

E assim prossegue, a marcha. Em sua cíclica andança,

funesta, mas acima de tudo vital.

E o badalo, mais uma vez rompe o vácuo vazio.

Desta vez a anunciar, o vôo de portentosa ave...

Leonardo Borges
Enviado por Leonardo Borges em 01/05/2012
Reeditado em 10/05/2012
Código do texto: T3643925
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