~~ Sinos ~~
O badalo, em sua língua metálica,
anuncia a fúnebre marcha.
Velada foi a poesia, numa sacristia qualquer.
Cremada, renasceu lírica fênix.
A provar, que a poesia não fenece.
Pois, se até as algozes agruras, em suas ocultas espadas;
nos são férreas inspirações.
Como não crer, na imaterialidade impressa nas superfícies?
Se de barro é o João, na pedra se transmuta o peito.
A friccionar, faíscas de emoções perceptivas.
E assim prossegue, a marcha. Em sua cíclica andança,
funesta, mas acima de tudo vital.
E o badalo, mais uma vez rompe o vácuo vazio.
Desta vez a anunciar, o vôo de portentosa ave...