TEIAS DOS PRAZERES
Estou incrustado nas teias dos prazeres
Pela entropia desse destino indistinto
Os resquícios de toda gama de incertezas
No mosaico de cicatrizes feitas na distância
Congenial aos nossos próprios desapegos
Unidos pela engrenagem do inusitado
Por nossas transpirantes transposições
Imergindo meu olhar em tuas profundezas
A ruptura entre o que foi o que será ante o que é
Inobstante a alucinação de minhas sólidas certezas
Tento vedar as labaredas que afluem das incertezas
Onde flertam díspares argumentos e reflexões
Talvez provocadas por minha escrita piegas
Contida nessa minha linguagem dissoluta
Onde tento fomentar algo que não desconheço
Mas não tenho a exata dimensão do que venha a ser
Apenas sinto em mim tua indescritível ascensão
E delicia-me essa corporificação de ti em meu interior
Tornando-me impermeável ás agruras do distanciamento
Pelo casmurro modo de ser de minhas inexatas elucubrações
Tateio tuas fontes e tuas formas insinuantemente rubras
E queimam nossos corpos nossas línguas incandescentes
Ardorosamente matamos nossa sede de nós mesmos
Alimentamo-nos assim de nossas próprias fantasias
Cavaleiro e dama de aço de inesgotável voracidade
Feito máquinas humanas soltos no espaço de prazeres
Numa cópula incessantemente ligada por tua erótica voz
www.recantodasletras.com.r/autores/leilson