CEIFADA SEIVA

Há outra estação, cujo trem do tempo

Carrega em teus vagões, mortas e frias,

Toda a melancolia no rastro do vento

Secando a seiva, vazando vidas nas vias.

Folhas secas, brandas almas em retiro,

Brincam no templo das torres celestiais,

Em mantos ares pelos quais eu respiro

A última fragrância vinda nos vendavais.

E, imerso nas dores do caos em delito,

Doo-me aos dias e às noites, em agonia

Tentando voltar ao solo d’onde habito,

Enquanto a morte me busca em tua orgia.

Calaram-se os sinos e tinos de medos;

Afixou-se o horizonte de onde vinha a luz.

Velaram clarões e revelaram segredos

Na órbita mórbida de uma lacrimosa cruz.

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Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 20 de abril de 2012.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 20/04/2012
Reeditado em 12/02/2014
Código do texto: T3623151
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