A LIBERDADE DA GAIVOTA!

Eu escrava súdita da opressão sutil

Tendo cúmplice meus pensamentos

Delimitados por minha fraca e vã existência

Ligada a fortes elos inúteis...

Rebusco à minha remota origem

Entre as parcas alegrias e vertigens

Pó do universo confuso e difuso

Emblemáticos genes multiplicados

Limites impostos, aceita depreciação.

Eu co-responsável de minha dominação

Marionete do jogo da vida que oprime...

No resguardo alicerçado pela pseudosensatez

Florescer da consciência intrauterina

Habitando o que do sangue vai fluindo

Pelos mais refundidos e recontidos labirintos

Vejo em relance o entrelace dos grilhões

Valores e conceitos criados por pensamentos de “índole”

O machucar da navalha afiada que magoa, corta e fere...

Desejos contidos, vontades represadas, alma acorrentada.

Até que o elo se arrebenta, numa explosão silenciosa, incontida...

Repassados pelos cavernosos arquétipos

Lá das mais profundas e obscuras catacumbas

A luz busca uma fresta para iluminar o horizonte

É o salto dos sobressaltos da explosão da casca

A angustia, a inquietação e a insatisfação oxidam, corroem a essência

E doridamente rompem-se os grilhões, por querer ou por osmose.

O estado de força maior que a do tempo que se prendeu que se perdeu.

A gaivota interior liberta-se em suave voo para a sonhada liberdade.

Nesse pendular as ondas neurais fervem reacendendo

A chama que proclama na busca de quem clama

Entre a lágrima e o riso a vida encontra o seu porvir

Que a luz da lua testemunha em suas metafísicas fases

[Porque à felicidade não é estado de encarceramento!].

E o voo ganha a necessária altitude pelo saber da liberdade

Duo: Lufague & Hilde

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 13/04/2012
Código do texto: T3611389