Incondicionalmente

Como a vida é perfeita em seu todo

Como as diferenças podem se completar

Vendo as ondas arrebentarem

Ao pé do penhasco

A curiosidade visitou a minha mente

A quem pertence a astucia...

De segurar um ao outro...

Em que ponto é feito o laço...

Seria das ondas ao pressionar o penhasco...

Ou do imponente rochedo por segurar

Tão carinhosamente a fúria das ondas

Que caprichosamente estouram aos seus pés

Passo horas admirando essa luta

E dando conta que a resposta

Não esta em quem vai segurar o outro

Mas de quem vai se entregar pelo outro

O dia passa a maré sobe

A tormenta aumenta

Junto vem a sua fúria

Com suas batidas constantes

Ela ataca ferozmente e impiedosamente

O penhasco... Provocando-lhe lesões em suas paredes

Mas o imponente rochedo

É irredutível não sai do lugar

Quer sentir o abraçar de suas ondas

E sabe que elas dependem dele

Para ter vida e assim nos fascinar

Ele permanece ali firme e rígido

Sempre em sua postura calma e serena

Sabe como acalmar a fúria de sua amada

Dosado da sabedoria do silencio

Ele apenas escuta o seu arrebentar

Ele sabe o que cada bater significa

E espera em infinita compaixão

Suas ondas virem te encontrar

Redimido aceita seu açoite

E o que o destino lhes reservou

Então furiosas e cheias de injurias

Nossa impiedosa amiga

Descarrega toda sua ira em uma só pancada

Devagar vejo o laço que os uniu

Vejo o envolvimento e a paixão entre eles

É intensa a forma como se entrelaçam

Mesmo em sua total fúria

O penhasco jamais a abandona

Porque sabe que ela só faz isso

Nada mais do que para chamar sua atenção

Assim acabam-se as duvidas e minha curiosidade

Parto dali satisfeita

Deixando os dois amantes

Em seu amor dito assim incondicional.

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 11/04/2012
Reeditado em 19/04/2012
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