Incondicionalmente
Como a vida é perfeita em seu todo
Como as diferenças podem se completar
Vendo as ondas arrebentarem
Ao pé do penhasco
A curiosidade visitou a minha mente
A quem pertence a astucia...
De segurar um ao outro...
Em que ponto é feito o laço...
Seria das ondas ao pressionar o penhasco...
Ou do imponente rochedo por segurar
Tão carinhosamente a fúria das ondas
Que caprichosamente estouram aos seus pés
Passo horas admirando essa luta
E dando conta que a resposta
Não esta em quem vai segurar o outro
Mas de quem vai se entregar pelo outro
O dia passa a maré sobe
A tormenta aumenta
Junto vem a sua fúria
Com suas batidas constantes
Ela ataca ferozmente e impiedosamente
O penhasco... Provocando-lhe lesões em suas paredes
Mas o imponente rochedo
É irredutível não sai do lugar
Quer sentir o abraçar de suas ondas
E sabe que elas dependem dele
Para ter vida e assim nos fascinar
Ele permanece ali firme e rígido
Sempre em sua postura calma e serena
Sabe como acalmar a fúria de sua amada
Dosado da sabedoria do silencio
Ele apenas escuta o seu arrebentar
Ele sabe o que cada bater significa
E espera em infinita compaixão
Suas ondas virem te encontrar
Redimido aceita seu açoite
E o que o destino lhes reservou
Então furiosas e cheias de injurias
Nossa impiedosa amiga
Descarrega toda sua ira em uma só pancada
Devagar vejo o laço que os uniu
Vejo o envolvimento e a paixão entre eles
É intensa a forma como se entrelaçam
Mesmo em sua total fúria
O penhasco jamais a abandona
Porque sabe que ela só faz isso
Nada mais do que para chamar sua atenção
Assim acabam-se as duvidas e minha curiosidade
Parto dali satisfeita
Deixando os dois amantes
Em seu amor dito assim incondicional.