LÍDIMO OLHAR
Juliana Valis



Lídimo olhar das abstrações profundas,

Perdendo-te, imberbe, neste meu tempo a vagar

E, assim, talvez o momento que tu mesmo inundas

Possa transparecer o êxtase de quem sabe amar




Lídimo olhar, indescritível  frenesi dos sonhos,

Tu és o ápice da mais soturna chama,

Nestes hemisférios dos versos mais tristonhos,

Nestas ondas trôpegas de emoção isana 




Eis que em ti, mergulho, lídimo e sublime olhar

Apaixonado, cálido, azulado, incerto,

Tu és o enigmático bálsamo que me transcenderá, 

Além das horas vagas do destino aberto




E que paixão me inspiras, lídimo olhar, insigne

Fonte que verte no coração os réquiens mais transcendentais

Até que o amor prontamente  clame e nos consigne

O verbo que vivo vaga no verso mais voraz. 



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