O Baile dos Espíritos

O baile irreverente dos espíritos dá partida:

Eles dançam e se movem

Em movimentos caoticamente uniformes;

Entrelaçam-se, debruçam-se e vertem longos beijos!

Sorvem desses dois espectros ambulantes

Poesia sinestésica!

Os movimentos coloridos e graciosos

Transmutam o mundo dantes em caos e trevas;

— O mundo torna-se invariavelmente calmo!

Voam, cingem e sulcam aos céus;

Aves e anjos deslumbram-se!

Os radiantes e incoerentes espectros

Encontram-se defronte ao majestoso sol;

Os raios do sol, juntamente com as luzes

Dos espíritos, fazem um estival magistral:

Sublime profusão de cores epilépticas!

O sol se encanta com tamanha maestria:

— Vamos amigos, dancem, dancem com alegria!

Imperiosamente o grandioso

Debruça-se com reverência;

O cenário agora é outro, surge

A noite intrinsecamente fria e escura,

E formam com as estrelas e a lua,

Platéia mais que perfeita!

Uma estrela cadente perpassa velozmente

Por este momento mágico e magnífico;

Inimaginavelmente parece clamar:

— Bravo! bravo! mas que belo espetáculo!

Os corações tornam-se mais brandos,

E num derradeiro desfecho — amor! amor!

Os esplendorosos espíritos estacionam;

As luzes que se esvaem dos espectros

Tornam-se extremamente radiantes,

Elas estremecem, resplandecem,

— Definitivamente enlouquecem!

E num suspiro fatal explodem;

E no céu, estrelado e negro;

Adornado das cores prata, anil e ouro,

Eis que surge o mais belo;

O mais belo arco-íris do mundo inteiro!