Ensaio Sobre a Cegueira

Espada justiceira. Dê-me visão além do alcance.

Estatura, peso líquido...

Preto no branco nítido...

Sem nuances...

Fé cega.

Visão além do alcance tipo Lion.

Mesmo sem chão Orfeu trafega.

Sentido Zion...

Gomorra em chamas.

Quebrem seus retrovisores.

No tabuleiro damas.

Engolindo os jogadores,

Tela ampla a cores... Mr. Magu acomoda-se na sala.

Não mede o tamanho da encrenca...

Despenca.

Na profunda vala,

Nos braços embala... Besta-fera.

Falto de percepção.

Eu avisei que não era.

Bichinho de estimação.

Precipitam-se na ladeira,

Não pecar custa os olhos da cara.

Nesse ensaio sobre a cegueira,

Só através de Deus vejo tudo às claras,

Caras... Quebradas após a esbórnia.

Errantes.

Na fila do transplante.

De córneas.

Egito no apogeu.

Ergueu... Monumentos pitorescos.

Pimenta nos meus.

Pra faraó é refresco,

Erro grotesco. Cabra-cega de pileque.

Arranque seus olhos fora,

Pois a carne implora.

Pra que peques,

Meu Black... Não perde o brilho, mesmo sem creme rinse.

Treva não deturpa,

Através da lupa.

Olhos de lince.

Creia! Pra nós dois dará tudo certo,

Como um e um são um.

Mesmo longe vejo perto.

Quando aciono o zoom.

Vrum! Sem olhar pra trás,

Tornar ao vômito.

Assim se subtrai.

Quilômetros e quilômetros,

Mas há quem se apóie no Vox populi.

Tenta um guiar o outro,

Mas são atropelados no tráfego revolto,

Da metrópole.

Cortina de fumaça embota.

Inda que o Sol da vida esteja exposto,

A um palmo do rosto.

Tem gente que não nota.