A ESPERA DE UM ECLIPSE

Na verdade, o sol queima no olhar de quem o espia,

Chora em teu canto, manto estrelar tua linda lua...

Ah, até quantas voltas por tua órbita, triste e vazia,

Daria ele até a tua amada encontrar? E, ela tão sua!

Dois mundos, dois corações pulsando num elo e nó...

Eram tuas crateras, amáveis esferas em anéis e mãos...

Ah, quantas voltas ele me sondarás e eu, aqui, tão só

Neste infinito de amor, far-me-ei pálida ao teu clarão?

Divindades, luares de primaveras entre chama acesa

Degusto o lume de minha ilusão derradeira, ó, belo luar,

Afaga-me a alma, não te deixarei queimar tua beleza

Que em minha chama vive acesa, na ânsia de te abraçar.

Vinde e vede o universo em calmaria, estrelas-guias

Camuflando-nos e nos mostrando nossa quimera solta

A espera de um milagre de um eclipse, pelas poesias

E, quem sabe, assim, Deus nos conceda a nossa volta!

Ardentes sonhos, entre luas de minhas imaginações

Refrãos, versos de líricas em nebulosas desta amplidão!

Será, meu Deus, que o que magnetiza dois corações

Sejam apenas, almas em afeições em lágrimas em vão?

Rirás de mim, universo solitário e, tu, ó, minha bela lua

Serás meu farol entre elipses, nos vértices de minha contemplação!

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Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 17 de março de 2012.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 17/03/2012
Reeditado em 12/02/2014
Código do texto: T3558864
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