A Outra Lágrima

Eu sou a outra lágrima,

Branca e liberta,

Sem medo,

Sem rima,

Sem pudor.

A amante mais sofrida

Aquela que sofre escondida

Que vive das migalhas

Ébria dos sufocos da vida

Sempre à espera

Alimentada pelas quimeras

Sua tua mais preciosa estima

Quando deixo o meu sal

Sou a origem da dor

Porque nasço lá das entranhas

Do mar... Do líquido amniótico

Do útero seco e emblemático

Dos desertos... Da solidão!

Mas tenho o sopro vital da esperança

De poder transcender em tua face

Quero curar as mais tristes feridas

Que a vida fez

Na tua tez,

No teu sorriso,

E matar de vez

O que diz ser impossível

Reflexo - mais puro e terno -

Do encanto que vi no pranto

Da tua alma entristecida.

Assim farei sentido

Rolar aos teus lábios

Quando venho te ameigar,

Levo no rastro

O sofrer e a agonia,

A tristeza e a saudade

Sem medo da verdade

Devolvendo aos olhos teus

Aquele brilho que foi,

Desgastado pelo deslustre

Na manhã sem poesia,

Depois da madrugada insone

Apagado,

escondido,

preso e metrificado

pelo aceno de um adeus.

Agora reacende sua força

Magnética magnitude

Pela lavra e virtude

Delicadeza e nobreza

De um poeta clássico

Que deixou o amigo Hilde em lágrimas

Por homenagem tão bela e singela.

Duo: Jorge Montenegro e Hildebrando Menezes

Nota: Inspirado em singela homenagem recebida do poeta Clássico Jorge Montenegro constante no link: http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/a-outra-l-grima

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 16/03/2012
Código do texto: T3558815