A VISITA DA VERDADE
Eu quero uma verdade inventada: (*)
Com mantimentos que me alimentem
Seja bonita, ardente e luminosa,
Sem covardias, medos ou receios
Que tenha consciência pura e limpa
Feito travesseiro macio e cheiroso
Feito toalha branca, rendada,
Que faz a alegria da dona de casa.
Uma verdade estonteantemente inusitada,
Que faça a todos ver as suas bestialidades
Que acenda sóis em noites apagadas
Prateie o mar com sua luminosidade
E semeie germes de entendimento na vida
Desnudando as injúrias, difamações e calúnias
De quem passa, sem nada ver, às pressas...
Acusando sem olhar seu próprio umbigo
É domingo, abro a janela, à espera.
Vejo-a ao longe voando distraída
Quem sabe, hoje, ela venha me visitar
Sem vernizes ou máscaras maquiadas
Trazendo sorrisos e doces desejos;
Vindo direto aos meus lábios em beijo
E sente-se à mesa, à hora do almoço,
Silenciosa, delicada, sutil e deliciosa
Ensinando-me o segredo de bem amar,
Depois de por todos os mares velejar
Com sua pele jovial aveludada ou enrugada
Entre goles de cerveja gelada. Sem alvoroço.
Duo: JL Semeador e Hildebrando Menezes