A ESTRADA, AS MATAS E A CIVILIZAÇÃO
Partir para onde? Nada encontrarei, esperança não trarei
A falta da sua voz está presente
Sinto a dor no meu peito
Saudades suas, falta sua, ausência presente
Porque o abandono, penso e penso
Será que sonhei que nos conhecemos?
E aqueles sorrisos, horas e horas de companhia
Por que me ouvia? não éramos felizes ao nos vermos?
Que estrada fria, horizonte sem fim, distância sem fim
Fim para o nada
não suporto mais andar pelas estradas
A solidão dói em meu peito
Sinto um frio em meu coração
Vejo o deserto e o infinito
Não vejo pessoas, tudo se foi
As pessoas que vejo são desconhecidas e parecem não ter vida
Sinto medo, sinto-me de pé, sinto-me no meio da mata seca
O verde não me faz companhia, não fala comigo
O verde tem vida, talvez sinta minha presença, mas e daí?
O verde nada me diz, não fala e não sorrir
Pode ser seco, seca eu estou, sem vida
Sem companhia, sem alegria
Cadê a civilização urbana?
Nada para compartilhar a vida
Estou me afastando
Sinto o longe sem fim
Mas eu não estava perto
Sinto-me sedenta e solitária
Perdida, sem rum, vivendo sem vida
Morta vivendo, esquecida por ele
Sem palavra que console
Sem abraço de amor, sem abraço de companhia
Morro pela falta de sua vida
Não ouço o som da sua voz
Eu lhe conheci, penso, mas você me deixou
Deixou sem vida, sinto as feridas
Em que cidade andas? Que braços abraças?
A quem dizes as palavras que foram minhas?
Eu morro pela ausência das tuas palavras
Civilização urbana! que movimento sem sentido
Desertas são as mats da estrada
Sem vida é o movimento desta civilização
Movimento no deserto do meu coração
Pisadas que doem
Motores que amassam
Amassam meu ser, mostrando meu viver
Para onde vão todos?
O que esperam?
Sua voz não ouço. Tudo anda, menos minha esperança!
Que estranha civilização
A lembrança das matas na estrada dói
A civilização urbana anda, mas não sei pra onde
Tanto movimento, mas sua voz não me trouxe o vento!
Porque o telefone?
Não é você, não foi este que conheci
Cansado está, cansado não pode me ver
Alegria por mim não pé mais para você
Madrugada, você está na internet
Seu tempo sobrou, seu amor por mim evaporou
A outra se abraçou
É natal, tempo de vida, tempo de mudança
A mudança chegou, a outra abraçou!