Sal a Gosto
Trabalhando o sal. Senão insípido.
No ócio, coração indócil, endurecido como fóssil... Paralelepípedo.
Calçando a via... Das dúvidas, por onde Tomé passeia.
Era por lá que eu ia... Mas água mole tanto bate que permeia.
Reticências, sal a gosto. Diz a receita do vô.
Retiro então do entreposto... Sílabas com sabor,
Labor... Estar preso a esboços... Ainda na Alfândega.
Enquanto o hit insosso... Anima as pândegas...
No cais.
Banho de água fria... Porém, alheio a maresia... Libero meus sais.
Lanço a rede no mar morto... Sem apontar pecados.
Chego seguro ao porto... Trazendo quilos de pescados.
Nem com o jumento empacado... A verdade é contida.
Inda que haja intempéries. Pra que temperes... Vidas,
Veja! Nuvens despidas... O sol clareia... Não há quem o peneire.
Não se acende a candeia... Pra por de baixo do alqueire.
O Sol da vida é resplandecente... Ao malevolente refina.
Saia desse mar de gente e... Entre nas salinas.
Trabalho o dia inteiro. No canteiro... De obra.
Pena fora do tinteiro. Pois o ponteiro... Não aboba,
Carruagem vira abóbora... Meia noite em ponto.
Cinderela perde bem mais que o sapato de cristal. No infeliz final... Desse conto,
Mas dou conta... Do recado.
Sem meras pretensões de um músico.
Mais preocupado com a sobrevida do público...
Que com quanto arrecado,
Arrancados... Do ribeiro. Levitas tão boiando... Feito alga.
Em fogo brando. Tão te cozinhando... Fazem doce. Eu? Rima que salga.
De que vale a rima mais neurótica? Se não muda óticas... Perspectivas.
Deve ser sódica. Queimar por dentro feito vodca... Introspectiva,
Como análise.
Pra se guardar do lado esquerdo como amigos por Milton,
Purificar como filtro... Sessão de hemodiálise.
Fazer favor.
Pra que o dom? Se não tempera tal Sazon... Com amor.