TANTOS DE MIM
Tantos de mim vejo,
posto que na rua ando
e respiro seu ar poluído.
Sou dessa cidade habitante
e motorista e mais transeunte,
vou ao cinema, teatro e livrarias
e faço feira, mercado e açougue.
Tantos de mim vejo,
sou muitos sendo um,
não sou ator e nem sigo roteiro,
mas como disse,
desta cidade sou habitante.
Me emociono e também sinto raiva,
sou humano e cheio de defeitos.
Da verdade
sei apenas o fundamental,
que não é absoluta.
Tantos de mim vejo
e não me escondo
porque sou do mundo.
Ando sem destino,
meu destino é onde chego,
vibro a noite estrelada
e paro frente ao jardim.
Sou bucólico e também mentecapto,
posto que transito entre carros e joalherias,
porém, nas ruas onde a vida não cobra pedágio,
a realidade doi qual noite fria.
Tantos de mim vejo
e tantos de mim estou por ver
porque sei que minha única certeza,
consiste em não saber.
O dia de amanhã não chegou,
então é hoje que viverei
porque de tantos de mim
vivo esse que é o presente.