ARCO-ÍRIS DA ALMA
Juliana Valis
Eis o arco que a essência chama
Nesta íris que a paisagem leva
Como êxtase de quem sempre ama
Como átimo da cor da treva
E deixe que o sol desenhe seu horizonte
Além das nuvens que o céu declama
Deixe que o tempo veja e confronte
O sangue e o suor nesta triste lama
Chamada, apenas, morosidade...
Permita ainda que o campo e a cidade
Transformem o céu no labirinto-horizonte
Além das névoas que a cor invade
Aquém da aurora que a dor nos conte...
E, assim, talvez, o arco insigne da alma
Possa transmutar-se no sentido em verso,
Além da íris do olhar que acalma
E aquém do êxtase no amor disperso.
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Quadro acima de Josef Anton Koch, "Paisagem Heróica".
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