Três Macacos
Estou morto e enterrado,
Do seio dos vivos escarrado... Fiéis amigos fazem festa.
Face borrada,
Emburrada... Só mesmo da carpideira que me detesta,
Franzi a testa, atesta... O óbito e se queixa.
Não saltarei como um dos irmãos Hipólito.
Se o seu propósito,
É um alvo que se mexa.
Querem que eu ouça a voz do coração,
Aceite a provocação... Seja visceral.
Que perca a convicção,
E assuma a vocação... Pro mal,
Prefiro uma pá de cal...
A fazer barraco,
Sacrossanto, muito óleo carne pouca.
Conforme os três macacos,
Lacro... Olhos, ouvidos e boca.
Fecham o cerco. Estrada, cais, aeroporto.
Mas vocês nunca vão me pegar vivo,
Motivo.
Estou morto.
Se Deus não fosse bom pra mim, eu seria ruim pra você,
Tu ia ver... O que é bom pra tosse.
O tamanho do fuzuê,
Eu ia parar no DP... Tu no Hospital da Posse,
Mas inda que esboce... Reação
No fim me entrego,
Não alego... Inocência.
Minha natureza sonego,
Só mesmo morto sossego... Não ofereço resistência.
Sobre vossas cabeças amontoarei brasas.
deixo pra lá.
Vou levar,
Desaforo pra casa,
Corte minhas asas...
Que atravesso a muralha,
Me valho da falha... Do sistema de segurança.
Deixo pra trás todas as tralhas,
Pilhas, pulhas, palhas... Que não creem na fiança.
Fecham o cerco. Estrada, cais, aeroporto.
Mas vocês nunca vão me pegar vivo,
Motivo.
Estou morto.