Tacho de Doce
Na alquimia de tacho que a alma nos trás,
quantas divagaçoes da vida que se desfaz.
No ferver da calda espessa,
Nas goiabas maduras sobre a mesa,
restam bem poucas certezas,
do amor da tal Tereza.
Fervem os sentimentos aquecem o frio cimento,
arrefecem os ornamentos cristalizados de medo.
Segredos que se misturam no gosto intenso do mel,
ainda assim guarda o amargo, as duras laranjas de fel.
Não descuide a boa moça dos cuidados deste tacho,
pois quando menos esperar rolam frutas no riacho.
Risos falsos fervem logo, queimam a alma da doceira.
Trincada a compoteira restam doces para pisar.
Retalhos de doces momentos coberto de varejeiras
escoam na tarde morna.
Entorna tardio o tacho sobre as frescas uvas
em cachos.
Do vinho resta o vinagre, neste viver que é milagre!!!!
(Ana Stoppa)
Inspirado no Poema Tacho de Doce
do querido Poeta Maurício Azevedo
Leiam acessando o link abaixo.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3501118