Homônimo

É necessário que ele cresça e eu diminua.

Ante ele sou uma centelha,

Tal luz das estrelas...

Da lua.

Até mesmo do sol.

Com perspicácia,

Transita pela galáxia...

O espaço é seu hall.

Alfa, ômega, princípio e fim...

Toda a glória não é excesso.

Criou céus, terra, maravilhas afins,

Enfim... Deus é excelso.

Magnânimo...

Ele é o Senhor,

Maior expressão de amor...

Compassivo e longânimo.

Sua graça se expande,

Pela órbita terrestre.

É grande,

Notável como o Andes... E o Everest.

Sua misericórdia é a causa de não sermos consumidos.

Por ela aqui estamos,

Ou nossos anos...

Seriam resumidos.

Como chuva sobre a horta,

Ela é derramada.

Ele me suporta,

Se importa...

Mesmo eu sendo nada.

Como a sombra que passa.

O tempo subjuga.

Enruga,

Igual uva passa.

Sou de baixa cotação.

Aplicação... Sujeita a perdas.

Nessa soma,

O zero que se posiciona... A esquerda.

Pessoa mera.

Não passa,

De fumaça.

Desintegra-se na atmosfera.

Dissipa-se feito espuma.

Um grão de areia.

Que vagueia,

Meio as dunas.

Fragmento,

Impelido pelo vento... Pólen.

Indigno de desatar as correias de suas sandálias,

Mas Jesus pagou por minhas falhas... Ainda que elas extrapolem.

Chama-me de amigo,

Mesmo eu sendo micro... E Ele macro.

Toma-me nas mão,

Pois se caio no chão... Fico em cacos.

Sou fraco... Como cerâmica.

Natureza malévola,

Não mais que uma célula.

A menor unidade orgânica.

Sou um átomo, mísera partícula.

Mais o paquiderme,

Não discerne.

Sua condição ridícula.

Ao contrário de Jó.

Mesmo com toda superestima,

Sua matéria-prima.

É simplesmente pó.

Oscilo. Mas ele me centra.

Dependo,

Como um pêndulo.

Do fio que o sustenta.

Sou isso que vocês veem. Coisa pouca.

Deus é sublime.

Eu mini.

Indigno de tomar seu Santo Nome em minha boca.