Além da escuridão
Cercada por um imenso riacho
Estava eu, sozinha e desamparada
Num mundo estranho pela cor
Mas igualável na maldade.
Senti que o ar era quente
E estava à procura da saída
Tentava acompanhá-lo...
Mas não tinha forças...
Vi o fogo ardente sobre o meu corpo
e pulei impensadamente no riacho...
E o fogo aumentou impetuoso
Chorei lágrimas de sangue.
Minha alma era o inferno vivo
Sagaz por sua destruição.
Pedi misericórdia...
Mas ninguém ouviu.
De repente um súbito desespero
Fez-me cravar uma cruz no meu coração...
O sangue era negro e parecia ser...
Infinito...
A morte não vinha,
Eu a chamava, clamava e nada
E nada.
Era só fome, sede, sangue, fogo...
Demorou a perceber que já estava...
Morta!
Sim, há muito tempo talvez.
Era só carne viva e alma perdida.
Agora minha alma impaciente vaga por esse mundo...
Obscuro e justo...chamado...
Inferno.