TRIBUTO À RICARDO REIS
Respiro o ar por mera contingência,
minhas alegrias compartilho
sem nada querer em troca.
As tristezas, são só minhas
e as frustrações, também.
O vinho na taça que ergo,
celebra a vida em toda
sua plenitude,
e à aquele que nasce
deposito novas esperanças.
As flores no jardim,
ainda sob os efeitos
da noite orvalhada,
exalam seu perfume,
que eu, nessas andanças pela vida,
inspiro com toda força dos pulmões.
Minhas pernas transitam
em busca de novos caminhos,
a descoberta me faz mais jovem
e o novo renova as células
desse corpo que avança.
Nada mais,
tudo mais.
O colibri canta, e a aurora nasce,
e a noite chegará para novos sonhos,
num perpétuo movimento,
como é a vida.
E no pico da montanha
o vento fará sua passagem.