EFEMERIDADE?!
Quão efêmeros
Somos diante da vida
Não temos consciência
Desse grande mistério
E a vida passa...
A cada minuto,
fração de segundo
O tempo escoa, voa
Sobrevoa
Deixando só lembranças
Escapa por entre mente/corpo
Diante dessa
Concepção,
Fica-se, por vezes, inerte
Ao sabor do vento
Degustam-se momentos
Não se vive,
Sobrevive-se,
E a vida não se faz
Entender
Há que apenas senti-la
Com todas as suas forças
Apreendê-la na sua magia
Para embalar-se...
Embriagar-se nela
Que a vida é tempo.
Que o passado não
Reconstrói-se
Perde-se,
Dentro do tempo
Mas ao embalo da alma...
Dança-se acasalado às horas
E o espírito a tudo consola
Movimentos se sincronizam
A poesia aflora
E o presente
É seu próprio regalo
A vida não diz
A que veio
Ela apenas te chama
Inflama ao toque
Na majestosa harmonia
Do seu dia a dia
É preciso
Senti-la,
Porque à vida
É o real que não é visto
Está oculta no infinito
Tão necessário e bonito
Que explode no peito
Despe-se em estrofes
A vida se expressa
Em silêncio
Porque para a vida,
As palavras,
São supérfluas
Sua linguagem
É feita de atos
Numa espécie de contrato
Que a tudo se tece
Espaço completo
A vida não fala,
Para não confundir
A vida se revela
Registra-se em breves
Fragmentos
Na escritura
Dos sentimentos
No sentido
Concreto/abstrato
Do valor de cada sentir!
Assim há completude
A intercalar...
Filtro dos vícios
Para conquistar a virtude
A se conseguir a plenitude.
Lufague & Hilde
Nota: À perene e eterna Poetisa Lufague pela passagem de seu aniversário em 21 de fevereiro.