JANELA DO TEMPO
Há uma porteira entreaberta na janela do tempo
há vento-lamento e ponteiros girando
cata-ventos espalhando as manhas das manhãs
e olhares disfarçados espreitando o incerto.
Há espaços vazios que escapam pelas frestas
banhando o instante que dorme ao relento
fugindo do tempo e do seu movimento
silenciando o suspiro aos ouvidos do mundo.
Há um medo do oculto que corre descalço
e voa ligeiro por entre os desertos
nefastos anseios dos sonhos mais castos
guardados no seio dum ontem tão certo.
Há uma curva e uma reta perene vivaz
que refaz o caminho contornando o tempo
regendo a orquestra de ventos da paz
cantando o hino de um mundo de loucos.
JP31072011