Água-de-Colônia
Água-de-colônia, água-de-colônia.
Não sou flor que se cheire, só nos alqueires da babilônia.
Exalo Vida pelos poros... Inodoro?
Nem pra quem torce o nariz.
Pequeno frasco incorporo,
Perfume que empórios... não importam de Paris.
Da Rosa de Saron extraio a essência,
E pulverizo...
Garanto a procedência,
Sem o aval do selo ISO.
Já não sou o sujo,
Falando do mal lavado.
Nos alqueires ressurjo,
Não fico impregnado.
O catador de caranguejo,
Tirou-me do mangue.
Não mais rastejo,
Lavou minha honra com sangue,
Inocente.
O imundo não me infecta,
Meu néctar,
Derramo no ambiente.
Mas há quem não desacostuma,
Do seu habitat natural.
Após o banho de espuma,
Porca ruma, ao curral.
Alheia à distância,
Torna quilômetros.
Fétida fragrância,
Ânsia... De vômito.
Alma sebosa,
Catingosa... Tal gambá.
Nem todo cão merece banho e tosa,
Preciosas gotas desse âmbar.
Exalo morte pelos poros,
Inodoro... Nem pra quem torce o nariz.
Alvo pela ação do cloro,
Rememoro: Há um Juiz!
Não se manche...
Antes da audiência esteja limpo.
Desmanche...
Aliança com os deuses do Olimpo.
Isso não me cheira bem,
Que nem... Gazes.
Quer enganar quem,
Deus? A si mesmo, quase.
Perante todos se revela,
A gafe que cometeu.
Palma da mão amarela,
Inda: Não fui eu!
Mau odor,
Como ele pôde?
No ventilador,
Jogam todos os teus podres.
Vizinho de Ló.
Casa repleta de enfeites,
Mas debaixo do tapete...
Há pó.
Mau inquilino recebe boas vindas.
Regressa ao seu refúgio,
Trazendo consigo outros sete mais sujos...
Ainda.
Agora é tarde.
Aplica-se a lei de Murphy.
Green card. pro hades,
Roupa não desencarde... No mar de fogo e enxofre.