A VIDA É LINDA
Estamos como elos presos
As multidões estão bailando
Pássaros voando, flores versejando
Na poça da chuva o sabiá cantando
É João é José é o afluxo da vida
Puxando a mão da maré
É Orlando Villas- Bôas
Trocando O Silva da cidade
Pelo silvícola da selva
Entre muros e mouros
Escondidos tesouros
Vão do sul ao sertão
Cancioneiros poetas
Entregues as suas paixões
É lindo amanhecer e ver que nos somamos
Enquanto sombras nos vêem
O poente não desmente quem pensa que somos
E então quando chega a noite em que se vocifera
A fera que se esquadrinha e no horizonte se aninha
Quais as andorinhas que se cansaram do dia
Bailamos as palavras e desembainho a surdina
Os que sumidos não voltam
Se não for pelos gemidos
Da saudade alma peregrina
Quem sabe as flores que se foram na primavera
Voltem trazendo outras flores
Porque murcham quais nossas dores
Mais a seiva contida na raiz das lágrimas salinas
Secam para que dê passagem a estação da alegria
Da essência que há no intimo segredo das relvas
Porque nada é mais bailarino
Que este andarilho que não para
Nas suas quadrinhas de roda
Que nunca cessa de girar da quais todos rodamos sem parar
Numa redoma argêntea de torvelinho com historias pra contar
Este berço esplêndido chamado mundo que germina vidas
E geminadas almas como flores da alma
Pois que desabrocham uma dentro das outras
Como pérolas dentro das ostras
Tudo é maravilhoso neste incomparável canto
Que não para nunca de trinar
A nada se pode comparar
Pois que não existo pra viver
E sim somente para amar.