Por Trás dos Montes

Eu procuro o horizonte...

Quem poderia me dizer onde ele se encontra?

Você? Seu irmão? Seu pai? Sua mãe? O amigo?

Quem poderá me dizer, me dizer, me dizer, quem?

Vocês usam óculos ou lentes?

Estão enxergando bem?

O que veem por trás do véu do olhar?

Pois, se estão enxergando o horizonte,

eu não vejo nada.

Há mais em minhas retinas: há céus nublados,

Infernos vermelhos de dor e esperanças de alegrias.

Quero perder minha cegueira e encontrar a parede do horizonte.

Paredes... todas as paredes são brancas.

Horizontes são todos azuis translúcidos.

E parede é metáfora de horizonte.

E horizonte é metáfora de limite.

E limite é até onde se pode chegar.

Mas os horizontes, as paredes e os limites querem acordar meu olhar.

Para além do horizonte.

Eu vou além, é claro que eu vou além.

Mas, ainda não descobri o horizonte.

Cochichem em seus ouvidos. Onde? Onde? Onde?

O lugar até descobrirmos cegos que o horizonte é o coração.

Até que enfim eu vejo o seu olhar.

Neusa Azevedo
Enviado por Neusa Azevedo em 25/01/2012
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