Por Trás dos Montes
Eu procuro o horizonte...
Quem poderia me dizer onde ele se encontra?
Você? Seu irmão? Seu pai? Sua mãe? O amigo?
Quem poderá me dizer, me dizer, me dizer, quem?
Vocês usam óculos ou lentes?
Estão enxergando bem?
O que veem por trás do véu do olhar?
Pois, se estão enxergando o horizonte,
eu não vejo nada.
Há mais em minhas retinas: há céus nublados,
Infernos vermelhos de dor e esperanças de alegrias.
Quero perder minha cegueira e encontrar a parede do horizonte.
Paredes... todas as paredes são brancas.
Horizontes são todos azuis translúcidos.
E parede é metáfora de horizonte.
E horizonte é metáfora de limite.
E limite é até onde se pode chegar.
Mas os horizontes, as paredes e os limites querem acordar meu olhar.
Para além do horizonte.
Eu vou além, é claro que eu vou além.
Mas, ainda não descobri o horizonte.
Cochichem em seus ouvidos. Onde? Onde? Onde?
O lugar até descobrirmos cegos que o horizonte é o coração.
Até que enfim eu vejo o seu olhar.