Vento frio na campina

Vento frio, noite gélida

Pouco a fazer com muito a pensar

Inspirações são tardias,

Ao virem, o desejo some no ar

Noite vazia, vento trêmulo

Dor de todo dia,

Só um pouco mais fria

Que outras noites desse século

Noite de frio vago,

Eu vago em ternos sonhos

Nos ventos medonhos,

Que tocam-me a face

Noite de lágrimas no céu

De lento vagar dos mortos

Vento tardio que traz o sopro frio

E o deleite silencioso dos corpos

Sozinho, com frio, na noite

Confio na noite que me traz o silêncio

A verdade da vida está nesse senso

De que dormimos anjos e acordamos porcos