SIMPLÓRIOS VERSOS EM PROGRESSÃO GEOMÉTRICA
Duas metades de alma
Originaram quatro furacões de amor
Provocando oito terremotos
De dezesseis soturnos pontos
Na Escala Richter dos sentimentos
Nobres e mais recônditos...
E, imediatamente, trinta e duas sombras
Explodiram em sessenta e quatro nêutrons
De cento e vinte e oito emoções de outrora
Como bombas atômicas de paixões tão tênues
Irradiando cor na expansão da aurora...
E não bastarão duzentos e cinqüenta e seis dias
Para que o mundo se recomponha
Nas linhas sórdidas de emoções tão frias
Que nele havia no desenrolar das horas
Perambulando, sós, como estrelas de nostalgias
Festejando orgias já tão inglórias...
E se o mundo acabar na progressão do dinheiro
Irei regredir à verdade do amor sem fronteira
Já não me basta a razão que destrói por inteiro
Meu sangue é verão de uma dor tão faceira
E minha alma é leiga em matemática
Céus, amanhã terei a prova mais vã e tributária !
Ah, se eu tivesse me casado com números,
Talvez houvesse mais versos em minha conta bancária...
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