Morte
Quando a morte me levar
Não tenhas pena de mim,
Mas se acaso chorares,
Tuas lágrimas vão molhar
As flores do meu jardim.
Se eu não ouvir o teu canto,
Também não me afetará
Porque as arvores que planto,
Ninguém pode derrubar.
Uma prece com carinho,
De quem puder ofertar.
A de arrancar os espinhos,
Que eu terei de suportar.
Nos jardins que cultivei,
Plantei flores perfumadas;
De certo também plantei
As ervas envenadas.
Vou formar novos jardins
E de orquídeas enfeitar.
O que pensas ser o fim,
Acabou de começar.
Vou cultivar minhas flores
Da outra banda de lá,
Mas meus eternos amores
Deixo da banda de cá.
Se cansares tu de cá,
E um dia fores pra lá.
Eu te prometo ainda cá,
Que te espero por lá.