Morte

Quando a morte me levar

Não tenhas pena de mim,

Mas se acaso chorares,

Tuas lágrimas vão molhar

As flores do meu jardim.

Se eu não ouvir o teu canto,

Também não me afetará

Porque as arvores que planto,

Ninguém pode derrubar.

Uma prece com carinho,

De quem puder ofertar.

A de arrancar os espinhos,

Que eu terei de suportar.

Nos jardins que cultivei,

Plantei flores perfumadas;

De certo também plantei

As ervas envenadas.

Vou formar novos jardins

E de orquídeas enfeitar.

O que pensas ser o fim,

Acabou de começar.

Vou cultivar minhas flores

Da outra banda de lá,

Mas meus eternos amores

Deixo da banda de cá.

Se cansares tu de cá,

E um dia fores pra lá.

Eu te prometo ainda cá,

Que te espero por lá.

Isaias A Pereira
Enviado por Isaias A Pereira em 18/01/2012
Reeditado em 26/01/2012
Código do texto: T3448362
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