Palavra, jóia rara



Para um coração sonhador,
Tudo pode ser um grande ensinamento.
Extrair com imaginação, além da fantasia,
Algo inusitado no amor, como a alegria.

Talvez, assim as pedras falem,
E pela permanência que tem diante do mar,
Possam explicar as fendas e rendas
Que as águas sempre causam.

Labirintos pela fraqueza conhecida!
Clemência e aceitação pelas teimosias das águas...!
E o brilho do sol nas encostas
Castigando com águas rasas.

Quando se fala em pedra, eis que a mente a verdade oculta.
Granitos foscos, mica, basalto, feldspato, bauxita...
Implacável frieza há nas rochas, a de ser pensar.
Mas é nelas que se descobre o fogo e o que lapidar.

O mesmo atrito há nos corações,
Opacos, feios e sem formas.
Água marinha, brilhante turmalina: rudimentar desforra.
Somos pedras agora...

Mas sei que em todo coração se produz calor e luz.
Que o seu brilho só aparece com verdade se o amor consente.
Sei que para os insensíveis, há na vida uma verdade mais cara:
Se endurecido seu coração, transforma-se em rocha da jóia mais rara.


De Magela e Carmem Teresa Elias