RÉSTIA DE LUZ

Numa cordial visita, entrei em mim

Encontrei-me em opaca penumbra,

Em plenitude, sozinha, em solidão

Ali vislumbrei o vir a ser em transfusão

Transmutei lá do fundo das catacumbas

E planei telúrico em suaves momentos

Nas paredes desbotadas dos sentimentos

Pinceladas entrelaçadas, desconexas

Das lembranças, angustias e anseios.

Somos bordados desse tecido ambíguo

Na teia... Dentre a planície e o precipício

Equilibristas e trapezistas da dor e do amor

Um desejo inconsequente de preencher vazios

Por qualquer união, mesmo indigna, sem valor

Na injusta medida, viver de banalidades...

É a outra metade que nos falta da eternidade

Na busca tortuosa que permeia o inconsciente

Ao contrário do que nos possa parecer ser trivial

Nesse mergulho ao intimo universo,

As emoções enrijecidas por cinzas aflições

Sob a proteção de uma fina camada de poeira.

Mas é justo aí que é fecundado o verso

Que rompe o inimaginável das ilusões

E faz brotar a beleza da arte e seus fascínios

Na opaca penumbra paira sobre mim uma réstia de luz.

É nela e por ela que se prende e acende o que nos conduz!

Lufague & Hilde

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 17/01/2012
Código do texto: T3446128