Lótus
Efeito lótus saio bem na foto, meu filme não queima.
Não sujo ou desboto, em nome daquele que reina.
Cruzo a planície... Sem ressalvas.
Lótus, broto... Meio a imundície,
Minha superfície, permanece alva,
A calva... Do fariseu que destila sebo.
Quem sou eu pra acusá-lo?
Se com o mal acasalo... E o pecado concebo,
Percebo... O quanto sou débil, miserável.
Em 16.18 Provérbios, vejo o declínio do “Marvel”.
Biodegradável... Sem seus super poderes.
O tal... Sente-se um mero mortal,
O mais vil entre todos os seres.
Um aponta. Três te delata... Você também deve.
Mas ainda que pecados sejam como escarlata,
Tornar-se-ão brancos como a neve,
Se é leve... O fardo, sou mais fraco que supus.
Sendo assim um titã, estatura anã,
Mas consigo ver Jesus.
No mesmo galho que Zaqueu trepa.
Não interessa se é julho, dou sete mergulhos,
E sou curado da lepra.
Volto pra agradecer independente dos outros nove.
O que me move? Não é lisonja.
Infâmia não molha quando chove,
Quem absorve... É esponja.
A lágrima jorra,
Borra... O que não declamam os menestréis.
O sangue jorra,
Me forra... Do alto da cabeça até a planta dos pés,
Infiéis... Não podem sujar minha reputação,
Muda a estação, permaneço intacto.
Fazendo parte da vegetação,
No deserto, não deserto tal cacto,
Através do pacto... Pagou minha multa, comprou meu barulho.
Porem línguas movem-se como catapulta, cuspindo pedregulhos.
Em Sodoma resido, meu telhado é de vidro, como o seu.
Mas saio batido, quando advertido, pelos anjos de Deus.
Eu... Devo, não nego! Pagar? Nem com desconto.
Tiro então as alparcas.
Na verdade o espírito ta pronto, mas a carne é fraca,
O pecado não me marca... Feito rubéola.
O dogma defasa, não preciso de um par de asas,
Nem de auréola.
Por isso não perguntei seu ofício, vício... Ou o que quer que seja.
Não é preciso usar cilício,
Autoflagelo, suplício... Nem ser canonizado pela igreja.
Volto pra agradecer independente dos outros nove.
O que me move? Não é lisonja.
Infâmia não molha quando chove,
Quem absorve... É esponja.