Eu sobre mundos.

Viajei por sobre mundos.

Andei por cima de labaredas.

Meus pés queimados pelo fogo da crueldade humana.

Mas, eu viajei por sobre mundos.

E eu andei por sobre lavas ferventes que me deixaram profundas marcas.

Naveguei por mares distantes e sombrios.

Voei pelo céu cinzento procurando nada encontrar além de minha vontade de viver.

Ah, eu chorei junto com as nuvens.

E eu andei descalço por estradas de pedras.

Fui em direção a luz e me afundei no poço fundo da desilusão.

Meu coração solitário caminhando pelas ruas, falando com a lua.

E eu me enamorei da solidão.

Porque só nela encontrei compaixão.

Porque há tanta dor num caixão.

Mas, existe muita mais dor fora dele.

E eu falei com o vento sobre meu sofrimento.

Eu lhe contei de meu tormento.

E ele me disse que tanta dor assim não tem cabimento, disse para eu esquecer do meu sofrimento e deixar a vida passar.

E eu falei com doendes e fadas.

Conversei com fantasmas bonzinhos.

Falei com meus santos.

E eu implorei aos meus anjos.

Pedi a eles a receita para escapar de meu sofrimento.

Mas, não houve resposta.

Ficaram todos em silêncio.

Sim, porque talvez não saibam a resposta.

Sim, só o tempo tem a resposta para meu sofrimento.

Mas, é difícil ouvir o tempo: ele sussurra palavras vazias e bem depressa vai embora, me deixando somente a dúvida de não saber como seguir em frente.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 13/01/2012
Código do texto: T3439026
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