EU APENAS
Aqui o lugar mágico
Eu, apenas mais um campo de energia
Sem nenhuma intencionalidade
No ser inteiro.
No palavrório que jorra
Como fonte infinita
Idéias, rimas, poemas
Eu, apenas inteira.
Exposta sem pudores
No humor que sobe e desce
E mostra o desequilíbrio da vida
Como ela é!
Mas quando estabiliza
De novo eu, apenas humana.
Dá para ser inteira sempre?
Agora digo não.
Não atinjo esta graça.
Por enquanto, momentos
De apenas eu, serena.
Apenas eu, pequena
Cisco de Deus
Na imensa multidão
De seres irmãos.
Homem, mulher, criança,
Vegetal, animal, mineral
Tentando ser inteira.
Não quero chegar ao final
Pois o caminho me dá prazer.
A busca da inteireza
A poucos apraz
Mas nasci assim:
Meio peixe, meio ave, meio pedra
E conheço as cores de cada um
Apenas pelo prazer de servir.
Apenas eu, uma alma pequena.