MANVÂNTARA (de "O Plasma")

É noite.

Os espessos véus nebulosos

se desfazem então,

descobrindo pela primeira vez

o verdadeiro Homem,

no Jardim,

cercado de pirilampos.

As Forças Mágicas

parecem não o atender.

Nuvens de névoa esverdeadas

esvoaçam à sua volta,

enquanto, trêmulas,

as suas mãos tentam

afugentar as borboletas.

Os bichos do mato

assobiam o teu nome.

O Peregrino, o Santo,

esconde-se entre as rochas

e se deita à beira do regato,

chorando.

Mesmo ele

não pode esperar

eternamente.

Na sua ingenuidade imensa,

desolado,

ainda crédulo

pergunta aos deuses,

cruéis senhores do mundo:

Por que não apressam

o manvântara,

o dia de Budha?