NÓ NA GARGANTA...

Nó na garganta...

Espelho bisotado no saguão do teatro,

Refaço-me, ao ver minha imagem refletida

No mesmo. Sob o console um lalíque

Azul, ornado com copos de leite empoeirados.

O vento bramia ramalhando galhos,

Das muitas mangueiras que circundavam

O teatro...Carrilhão na parede, marcando

As horas, um som centenário.

Absorta na imagem refletida,

Meu corpo gélido tremulava, ao deparar com outra

Efígie, embaralhada a minha. Devaneei...

Reflexo a linfa, duas íris azuis

Adentrando as minhas castanhas.

Águas barrentas de um emudecido

Silêncio, transcurso mágico...

Sorri-lhe como a Vênus em mármore, na

Entrada do teatro.Olhar petrificado,

Fitou-o escondendo emoção

No ladino sorriso...

Afixando o olhar, desci as pálpebras,

Verti lágrimas em uma pororoca silenciosa.

Conservei-me encove, quis fazer-lhe

Revelações em sinal de paixão. Recobrei os sentidos

Ao badalar carrilhão, solitária imagem...

E um nó na garganta.

Deth haak

23/06/2005

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 14/07/2005
Código do texto: T34334